A Divina Sereia

A Divina Sereia, por Nide Bacelar

Há mais mistérios nas águas dos rios e mares do que mostram as pesquisas científicas.

Os pescadores acreditam que as águas têm mãos poderosas, sabias e espirituosas. Creem que a divina mãe das águas, se misture com os murmúrios das ondas do mar, com o balanço do acalanto das águas.

Eles acreditam que, ao estender suas redes de pesca, recebem os peixes tangidos pela divina sereia, Iemanjá, a depender das significantes oferendas lançadas por eles ao mar. Muitos pescadores relatam terem visto a divina imagem na superfície das águas, trajada com vestes brancas leves, cabelos longos, exibindo com gesto ora risonho, com doçura, ora insinuando com voz suave, doce e melodiosa, sublimando seu sentimento. Muitas vezes, os pescadores não resistem e jogam-se ao mar para se encontrar com a rainha nas profundezas das águas.

No folclore baiano, os pescadores têm o dia dois de fevereiro, como o dia de Iemanjá. Todos os que acreditam nesse orixá, reúnem-se para fazer suas oferendas as águas, agradecimentos com flores, colares, perfumes e outros objetos que se referem à vaidade da mulher, a deusa das águas, senhora Iemanjá.

O sincretismo religioso funde e reinterpreta elementos oriundos de diferentes cultos. Na Bahia, é frequente a fusão de doutrinas católicas e africanas. No caso da Divina Sereia, adiciona-se contribuições da mitologia grega. Entretanto, a deusa das águas nem sempre é retratada como sereia.

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Nide é uma pesquisadora do folclore e das tradições baianas. Estudou os costumes e cultos praticados na Bahia, com visitas a vários centros culturais, igrejas, templos e terreiros de Salvador.

 

Nide Bacelar

 

Baianas

 

Acima, Iemanjá sob a forma da Divina Sereia, pintada por Nide em 1972. Embaixo, outra tela de Nide da mesma divindade.

 

Afro Brasileira

 

Sereia

 

Nide Bacelar

 

Mulher

 

Sereia Yemanjá, Tela de Arte, Pintura da Artista Plástica Nide, Salvador, Cultura e Folclore Bahia.

 

A Divina Sereia

 

Arte Bahia